Celina Leão deputada, 38 anos A segunda presidente mulher da Câmara Legislativa do Distrito Federal e a única presidente de assembleias estaduais do sexo feminino do país, a deputada Celina Leão (PPS), 38 anos, vive, diariamente, o desafio de estar em ambiente tradicionalmente ocupado por homens. Apenas 10% do parlamento é ocupado por mulheres. Ela sofre com a inclusão. “É um desafio, mas nós vamos mostrando que podemos ocupar cargos estratégicos no Brasil e que estamos preparadas. Na minha gestão, a Câmara evoluiu muito. Conseguimos fazer muita coisa bacana, melhoramos a imagem da Casa, resgatamos a independência do Poder Legislativo. Acho que o meu trabalho quebra alguns paradigmas”, conta a deputada. Ela explica que a sociedade ainda é muito machista e patriarcal, que ainda acredita que a mulher é propriedade do homem. Ao dizer isso, relembra uma triste estatística: mais de 4 mil mulheres foram assassinadas no ano passado, vítimas de violência contra a mulher. Celina acredita que a realidade só vai mudar quando mais mulheres ocuparem cargos importantes. “Somos poucas representantes na área da indústria e do comércio. Poucas na presidência nacional dos partidos. O empoderamento feminino é necessário para que trabalhemos nas políticas públicas”, afirma. Segundo Celina, as brasileiras ainda precisam aprender a ter outro olhar pela mulher e para a mulher. “A criação ainda é muito machista, de incentivo à disputa e isso só melhora com educação.” A política sempre esteve presente na vida da deputada. A mãe foi secretária de Estado e presidente do PMDB Mulher. A filha estava sempre ao lado. “Gosto muito de política e acho que nós temos uma sensibilidade mais aflorada. Sabemos ouvir melhor, falamos a verdade e temos muita firmeza. Faltam essas boas características, que são da natureza feminina, na política”, afirma. Hoje, são os filhos de Celina— Bruna, 18 anos, e Pedro, 10 anos — que acompanham o trabalho da mãe. “É claro que eles reclamam de vez em quando, mas percebem que meu trabalho alcança e afeta a vida de muita gente. Eles torcem por mim, abrem mão da mãe deles para que outras pessoas tenham a minha atenção”, conta. O marido também é na figura importante na vida da deputada. É o companheiro o esteio que dá a tranquilidade necessária para que o trabalho de Celina seja benfeito. “De nada adianta ter uma carreira política e perder minha família? Sou muito intensa em tudo o que faço. Trabalho muito, mas, quando estou com eles, o foco é deles. Desligo até o celular. Acho que consigo equilibrar”, afirma.
Fonte: Revista Correio
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